quarta-feira, janeiro 02, 2013

Jornal de Letras | Setembro/Dezembro 2012

Como Proust Pode Mudar a Sua Vida - Alain de Botton - D. Quixote 
Este livo é uma preciosidade e o seu autor é um dos grandes pensadores europeus contemporâneos (sim, ainda há alguns). Botton pega na obra prima de Proust e explica, de forma absolutamente brilhante, como é que o Tempo Perdido nos pode ajudar no trajecto da existência. "Como Proust Pode Mudar a Sua Vida" é, sem dúvida, um dos melhores ensaios que tive o privilégio de ler na minha vida.

Como o Soldado Conserta o Gramofone - Sasa Stanisic - Quetzal
Não, não é mais um romance sobre os horrores da guerra dos Balcãs. É um bocadinho mais do que isso, porque Sasa Stanisic é um prosador genial, que nos eleva para inusitados patamares da linguagem, que nos transporta para uma espécie de literatura nova, exuberante e criativa, a transbordar de sensibilidade por todos os lados. Muito, muito, muito bonito, este livrinho.

Sputnik, Meu Amor - Haruki Murakami - Casa das Letras
Este foi o título que lançou Murakami como romancista universal, mas, muito sinceramente, fiquei um bocado desiludido. É uma daquelas novelas que não aquece nem arrefece. Aliás, depois do fantástico "Kafka à Beira-Mar" nunca mais li nada de Murakami de que realmente gostasse.

The Battle for Spain - The Spanish Civil War 1936-39 - Antony Beevor - Weidenfeld & Nicolson
As guerras civis destacam-se quase invariavelmente por serem extremamente sangrentas, e a Guerra Civil Espanhola concorre com a americana para o prémio do conflito fraticida mais virulento da história universal do ódio. Durante 4 anos, os espanhóis atiraram-se uns aos outros com ganas de extermínio, numa espécie de ensaio bárbaro da guerra mundial que viria a seguir. De um lado tanto como do outro, o mais incrível desdém pela vida humana triunfou loucamente. Tanto mais, que as facções inimigas teimaram na autofagia, consumindo energias imensas e vidas inumeráveis em intrigas intestinas que acabavam inevitavelmente na rotina dos pelotões de fuzilamento. Antony Beevor faz-nos um relato lúcido e detalhado da espiral de violência e da complexidade ideológica, com a imparcialidade e o rigor que se exige a um distinto académico. A qualidade da prosa e da estrutura da narrativa ajudam muito. Uma obra de referência.

História da Filosofia - 2º Volume - Do Renascimento à Idade Moderna - Juan Manuel Navarro Cordon e Tomas Calvo Martinez - Edições 70
Como sou cabeça de vento, volta não volta releio esta obra. Para não morrer completamente ignorante.